quarta-feira, agosto 23, 2006

Gnosticismo - Sua Origem

No primeiro século existiu um homem, cujo nome era Simão. Popularmente, como "Mago de Samaria" há referência na escrituras gregas a respeito dele. (Atos 8:9-24) O que se sabe, Simão era um "rival" do Cristo a qual fundou uma seita que se proclamava representante de certo "Conhecimento". Sua companheira, Helena, uma ex-prostituta, que, segundo o mago, era a encarnação da deusa Sophia e da Helena, da história de Tróia.

Simão acreditava na Reencarnação e segundo ele, o "Fogo" é a raiz de todas as coisas e este é a origem de uma "Alma imortal". Em suas viagens na Judéia, o mago explicava que o conhecimento é a única chave para a ascensão aos Céus. Chamava o Deus das Escrituras Hebraícas de "Demiurgo" (arquiteto em grego). Para provar a validade de sua doutrina fazia demonstrações públicas de levitação. Há um texto apócrifo que diz que o Apóstolo Pedro travou uma disputa contra o mago da Samaria que questionava suas habilidades "voadoras". Assim, no alto de uma torre, o mago dá o seu derradeiro vôo. Mesmo assim, apesar de seu dito fracasso, Simão é considerado o primeiro profeta Gnóstico.

Pelo visto, desde do primeiro século o cristianismo teve rivais não satisfeitos com os que vinha sendo ensino pelos primitivos cristãos. Houve tentativa de unir as filosofias que mais floresciam no mundo pagão com os ensinos de Jesus Cristo.

Muitos desses apóstatas do cristianismo falsificaram documentos que vieram mais tarde ser chamados de Apócrifos gnósticos. A cristandade até hoje conserva idéias gnósticas. Por exemplo: imortalidade da alma, reencarnação, entre outros ligados a filosofia de Babilônia, Grécia, Siria, Egito Antigo. Isto serviu para a entrada também de outros conceitos pagãos, como o inferno de fogo, trindade, culto a uma entidade feminina (adoração Mariana), cruz, celebrações anti-bíblicas, superstições.
Este movimento portanto, se mostrou ser quais ‘joios lançados entre o trigo’ mencionado na parábola de Jesus - Mateus 13:24, 30.

Em, meados do fim do primeiro século, o sectarismo começou a ser um problema entre os cristãos. Na própria Bíblia há menção de admoestações por parte dos apóstolos a favor dos ensinos de Cristo, que estavam sendo minados por filosofias falsas. – Colossenses 2:8

Interessante que na carta de Paulo a Timóteo, ele cita algo, que podemos razoavelmente concluir ser uma menção do nome de uma seita prevalecente em seus dias, o Gnosticismo. Note o que diz: “Ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, desviando-te dos falatórios vãos, que violam o que é santo, e das contradições do falsamente chamado “conhecimento”. Por ostentarem tal, alguns se desviaram da fé.” – 1 Tim. 6:20, 21.

Em algumas traduções bíblicas, a palavra grega original neste texto, gnosies (Conhecimento) é "Ciência". Que é a derivação da palavra traduzida do grego para o latim, scientia – também conhecimento.

Note agora, que o texto diz que as 'contradições do falsamente chamado “Conhecimento” estavam sendo ostentadas, ou adotadas, fazendo muitos cristãos se desviarem da fé que tinham. (1 Tim 6:20, 21)
Atualmente, o ateísmo, o agnosticismo, as teorias da evolução e a alta crítica feita à Bíblia são exemplos também do falsamente chamado conhecimento, assim como são as idéias antibíblicas promovidas por apóstatas da atualidade. Os frutos de todo este falsamente chamado conhecimento podem ser vistos na degradação moral, no amplo desrespeito pela autoridade, na desonestidade e no egoísmo que caracterizam o sistema de coisas.


O que era o chamado “Gnosie” no primeiro século que era um verdadeiro perigo para a fé cristã?

A idéia Gnóstica floresceu no período em que certos cristãos que aderiram a esta nova ideologia cristã. Passaram assim a ser conhecidos como cristãos gnósticos. Cujas bases filosóficas derivavam das influências do neoplatonismo e dos pitagóricos.

Este movimento também reivindicava a posse de supostos conhecimentos secretos (a "gnose apócrifa", em grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos cristãos “alheios” a este conhecimento. Originou-se provavelmente na Ásia menor se espalhando por todo mundo cristão da época, e tem como base os conceitos pagãos, que prosperavam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. O Gnosticismo combinava também alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas, como os mistérios de Elêusis, com as doutrinas do Cristianismo.

Por exemplo, alguns cristãos gnósticos sustentavam o conceito de que todas as coisas materiais eram más, incluindo o corpo carnal. Assim, para os anticristos apóstatas, Jesus não viera na carne perniciosa, mas, em vez disso, em espírito. João mostra claramente que não compartilhava tais raciocínios teológicos que negavam a eficácia do sacrifício resgatador de Cristo. Portanto, escreve que “Jesus Cristo, um justo”, foi “um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. — 1 João 2:1, 2.

Os gnósticos ainda escreveram alguns evangelhos para dar base as suas argumentações apóstatas, como o de Maria Madalena, de Tomé, Filipe, Árabe da Infância de Jesus, Evangelho segundo Judas Escariotes e outros. Datados por volta do segundo século era comum em diante. Contendo muitas contradições com os ensinos e a vida de Jesus Cristo. Denominados estes escritos como “apócrifos” sem qualquer similaridade com o cânon da Bíblia.

A história secular também registra a maior polêmica contra os gnósticos no período patrístico, com os escritos apologéticos de Irineu (130-200), Tertuliano (160-225) e Hipólito (170-236).

Irineu - lutou a vida inteira contra os ensinos heréticos. Havia sido instruído por Policarpo, contemporâneo dos apóstolos. Policarpo recomendava uma forte aderência aos ensinos de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. No entanto, Florino, amigo de Irineu, apesar de ter sido instruído do mesmo modo, aos poucos aceitou os ensinos de Valentim, (um dos líderes mais destacado do movimento gnóstico.) Eram de fato tempos turbulentos.

Policarpo de Esmirna (c. 70 — c. 160) viveu na Esmirna (atualmente na Turquia) no segundo século. Morreu como um mártir, vítima da perseguição romana, aos 86 anos.

Há referencia concretas de que ele pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a congregação primitiva e as outras do mundo greco-romano. Segundo a enciclopédia universal, “São Policarpo foi ordenado bispo [superintendente] de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de alto saber, amor a Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.”

Orígenes de Alexandria, (c. 185 - 253 E.C.)
Dedicava-se ao estudo e à discussão da filosofia, em especial Platão e os filósofos estóicos. Entre o seu pensamento, podemos referir a tese da pré-existência da alma, condenada no Segundo Concílio de Constantinopla, realizado em 553, por serem formalmente contrários ensinamentos bíblicos. Fundador do neoplatonismo e mestre de Plotino -, suas idéias teve influências dos grandes filósofos gregos.


Tertuliano (160-220 EC.)
Embora tenha denunciado Platão como filósofo herege, Tertuliano expressou sua teologia nos termos da filosofia de Platão. Foi o primeiro à usar a palavra latina “trinitas”, por volta de 210 EC, quando abandonou o cristianismo primitivo e uniu-se `a seita montanista. Tertuliano lançou as bases da Teologia Latina, a qual mais tarde foi apoiada por Cipriano e Agostinho. Ele estava entre os primeiros à ensinar a trindade e a imortalidade da alma, desenvolvidas e formuladas dentro de um sistema de teologia mais tarde por Agostinho.

Agostinho de Hipona foi teólogo e filósofo (354 -430 EC)
Seus ensinos foram influenciados pela filosofia gnósticas de origem neoplatônica, particularmente por Plotino, A entrada de Agostinho foi também importante na tradição cristã católica, e posteriormente na tradição intelectual européia, considerado "doutor da doutrina da Igreja", pelos católicos.


Agostinho incluiu os escritos adicionais (apócrifos) como canônicos embora até mesmo ele, em obras posteriores, reconhecesse que havia uma distinção definida entre os livros do cânon hebraico e tais "livros alheios". No entanto, a Igreja Católica, seguindo o exemplo de Agostinho, incluiu esses escritos adicionais no cânon dos livros sagrados. Declarou que a própria Igreja é o Reino de Deus. Esse conceito antibíblico deu às igrejas da cristandade base teológica para assumirem poder político. Também explicou e divulgou em uma de suas obras o conceito filosófico grego da trindade, “De Trinitate", (Da Trindade) 400-415 EC.

Uma facção procedente do gnosticismo foi o Catarismo surgida no final do XI (Idade Média) Os cátaros como eram conhecidos, estavam divididos em duas classes, os perfeitos e os crentes. Os perfeitos eram iniciados com um rito de batismo espiritual, chamado consolamentum. Este era realizado pela imposição de mãos, após um ano de provação. Achava-se que este rito liberava o postulante do domínio de Satanás, purificando-o de todos os pecados, e conferia-lhe o espírito santo. Isto deu origem ao termo "perfeitos", aplicado aos da relativamente pequena elite que atuava como ministros para os crentes. Os perfeitos faziam votos de abstinência, castidade e pobreza. Se fosse casado, o perfeito tinha de abandonar o cônjuge, visto que os cátaros acreditavam que o pecado original foi a relação sexual.

Os cátaros acreditavam também que o Jardim do Éden mencionado na Bíblia era espiritual, assim o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisaria de um corpo físico. Eram dualistas e acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material e o mal. Não concebiam a idéia de inferno, pois no fim o deus do bem triunfaria sobre o deus do mal. Praticavam a abstinência de certos alimentos como a carne e tudo o que proviesse da procriação. Jejuavam antes do Natal, Páscoa e Pentecostes, não prestavam juramento, base das relações feudais na sociedade medieval, nem matavam qualquer espécie animal.
Os crentes eram pessoas que não adotavam um estilo de vida mística, embora aceitassem os ensinos cátaros. Ajoelhando-se em honra dos perfeitos, num rito chamado melioramentum, o crente solicitava perdão e uma bênção. A fim de se habilitarem para levar uma vida normal, os crentes faziam com os perfeitos uma convenenza, ou acordo, que previa a administração do batismo espiritual, ou consolamentum, no leito de morte.

O catarismo influenciou fortemente a sociedade occitânica medieval. A iniciação cátara visava formar seres humildes, animados através de conhecimento filosófico. Trabalhavam pelo advento de uma sociedade justa. Foram considerados heréticos pelo papa Inocêncio III, perseguidos e trucidados por várias cruzadas implacáveis que duraram cerca de 40 anos. Sem dúvida, eles deixaram passos que passaram ser seguidos de pertos pela cristandade até os dias de Hoje.

Conforme vimos, mesmo sob forte oposição por parte dos cristãos zelosos, desde do primeiro século, esta seita apóstata quase que se mostrou forte e poderosa. Porém, isso se daria por pouco tempo. Jesus disse que aconteceria uma semeadura de “joio entre o trigo” e no tempo oportuno, após aos seus desenvolvimentos, suas qualidades iriam revelar seu verdadeiro valor. - Mateus 13: 30.

Hoje, o ‘trigo’ tem florescido e dado seus frutos distinguindo do ‘joio’ da cristandade apartada de Deus. Mostrando, assim, quem realmente tem conservado o verdadeiro ensino de Cristo. Como também, envolvido na obra deixada por ele em "fazer discípulos de todas as nações, ensinando-as a observar todas as coisas” que foi ordenado. (Mateus 28:19, 20)

A crescente inimizade à religião em muitas partes do mundo incluindo a cristandade, indica que a religião falsa está com seus dias contados. Em breve, Jeová induzirá os poderes políticos do mundo a unir seus esforços para desmascarar e destruir a prostituta simbólica, Babilônia, a Grande. (Revelação 17:15-17; 18:21) Será que os cristãos verdadeiros precisam ter medo desse e de outros eventos da “grande tribulação” que virá em seguida? (Mateus 24:21) De modo algum! Na verdade, eles terão motivos para se alegrar quando Deus agir contra os iníquos. (Revelação 18:20; 19:1, 2)